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Inocência... Uma menininha, diariamente, vai e volta andando até a escola. Apesar do mau tempo daquela manhã e de nuvens estarem se formando, ela fez seu caminho diário. Com o passar do tempo, os ventos aumentaram e junto os raios e trovões. A mãe pensou que sua filhinha poderia ter muito medo no caminho de volta pois ela mesma estava assustada com os raios e trovões. Preocupada, a mãe rapidamente entrou em seu carro e dirigiu pelo caminho em direção à escola. Logo ela avistou sua filhinha andando, mas, a cada relâmpago, a criança parava, olhava para cima e Sorria !!!. Outro e outro trovão e, após cada um, ela parava, olhava para cima e Sorria !!! Finalmente, a menininha entrou no carro e a mãe curiosa foi logo perguntando: -"O que você estava fazendo?" A garotinha respondeu: -"Sorrindo! Deus não pára de tirar fotos minhas!!" Deixemos que toda inocência floresça em nossos corações para podermos ver a bela e real felicidade que está nos momentos de simplicidade...
O CACHO Tenho um brinquedo Que causa arrepios Que corre, que late, E que dá rodopios : - É meu cachorrinho de estimação. - Seu nome é Cacho, meu vira-lata fofão. (do livro Na Ponta Da Pena)
O COELHO O coelho que mora No meu jardim É o mesmo coelho Que sorri prá mim De olho vermelho E rabo branquinho Que salta com jeito E se olha no espelho
Ursinho Dengoso Olha só a carinha dele... Sempre sorrindo Tímido e gracioso Ah! meu ursinho dengoso... À noite, mamãe me coloca na cama Me cobre direitinho e me dá um beijinho Diz: - Dorme com os anjos,filhinho! Eu, queria dizer: - Você também! Mas não sei falar... Viro para o lado me encolho calado e abraço logo o meu Dengoso... Já chorei, já berrei, já esperneei... Mamãe não me quer na cama dela Então... que jeito fazer para não sentir tanto a falta dela? Do carinho gostoso, do abraço apertado? Seu olhar de amor Do cheirinho que ela tem? Minha chupeta: não sei onde está minha fraldinha, puseram para lavar... Ainda bem que deixaram você para mim... Apagaram a luz, e você, Dengoso, fica sorrindo assim?
Eu e o Totó De dia ele corre e eu olho eu engatinho e ele me olha somos amigos assim eu prá ele, ele prá mim. Estava com um soninho danado Mamãe me colocou no bercinho. Lembrei do Totó, Dormi sossegado.
. O GATO O gato Miguelim, De rabo malhado E bigode de espeto, Só sabe o miado do meio pro fim. De tanto barulho Que faz este gato, Miando esquisito No meio do mato, A gente só ouve O firinfinfin...
A Arca de Noé Sete em cores, de repente O arco-íris se desata Na água límpida e contente Do ribeirinho da mata. O sol, ao véu transparente Da chuva de ouro e de prata Resplandece resplendente No céu, no chão, na cascata. E abre-se a porta da Arca De par em par: surgem francas A alegria e as barbas brancas Do prudente patriarca Noé, o inventor da uva E que, por justo e temente Jeová, clementemente Salvou da praga da chuva. Tão verde se alteia a serra Pelas planuras vizinhas Que diz Noé: "Boa terra Para plantar minhas vinhas!" E sai levando a família A ver; enquanto, em bonança Colorida maravilha Brilha o arco da aliança. Ora vai, na porta aberta De repente, vacilante Surge lenta, longa e incerta Uma tromba de elefante. E logo após, no buraco De uma janela, aparece Uma cara de macaco Que espia e desaparece. Enquanto, entre as altas vigas Das janelinhas do sótão Duas girafas amigas De fora a cabeça botam. Grita uma arara, e se escuta De dentro um miado e um zurro Late um cachorro em disputa Com um gato, escouceia um burro. A Arca desconjuntada Parece que vai ruir Aos pulos da bicharada Toda querendo sair. Vai! Não vai! Quem vai primeiro? As aves, por mais espertas Saem voando ligeiro Pelas janelas abertas. Enquanto, em grande atropelo Junto à porta de saída Lutam os bichos de pelo Pela terra prometida. "Os bosques são todos meus!" Ruge soberbo o leão "Também sou filho de Deus!" Um protesta; e o tigre "Não!" Afinal, e não sem custo Em longa fila, aos casais Uns com raiva, outros com susto Vão saindo os animais. Os maiores vêm à frente Trazendo a cabeça erguida E os fracos, humildemente Vêm atrás, como na vida Conduzidos por Noé Ei-los em terra benquista Que passam, passam até Onde a vista não avista Na serra o arco-íris se esvai . . . E . . . desde que houve essa história Quando o véu da noite cai Na terra, e os astros em glória Enchem o céu de seus caprichos É doce ouvir na calada A fala mansa dos bichos Na terra repovoada. Vinícius De Moraes
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